No horizonte, os espigões da cidade estão visíveis, tão perto que se pode enxergar detalhes da outra margem. Mas em apenas uma das margens é possível perder-se e perder o tempo.
E é quem perde o tempo que mais o tem.
O imenso rio de águas barrentas e vivas que abastece Belém não separa apenas terra, mas separa o próprio tempo – o tempo do mundo e o tempo da amazônia, o tempo do dinheiro e o tempo ancestral.
É tempo de remar no tempo.