Os toques dos tambores e o timbre agudo do agogô conversam com os corpos presentes no terreiro. O canto, a palma, os rufos dos tambores, o fogo, a fumaça, o marafo, o rezo, as folhas e o paó evocam as ancestralidades afro-indígenas. A gargalhada surge. O copo dança, treme e a macumba começa.
A presente série de fotografias investiga e registra o poder e o mistério a partir de movimentos corporais contidos em gestos e arquétipos de exus, malandros e pombagiras, durante uma gira de atendimento no Terreiro Filhos de Pemba, localizado em Juiz de Fora, Minas Gerais. Foram fotografadas pessoas de terreiro incorporadas com seus respectivos ancestrais.
Nesse entrelace corpo-espírito, meu olhar atento registrou a fumaça do charuto de Marabô neblinando o ar, os pés firmados no fogo, o corpo sendo sustentado pela bengala do Malandro, o leque nas mãos elegantes de Pombagira.