Embora sejam as mais fabulosas estruturas vivas concebidas no Planeta após eras geológicas imensuráveis, as árvores são tratadas pelas sociedades humanas como coisas ínfimas, destituídas de importância, porém são capazes, em sua simplicidade e grandeza, de dialogar como um universo em constante mutação.
Como nos ensina o poeta Manoel de Barros:
“É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
É um olhar para o ser menor, para o insignificante que eu me criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado como uma barata – cresce de importância para o meu olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão –
Antes que das coisas celestiais.
Pessoas pertencidas de abandono me comovem: tanto quanto as soberbas coisas ínfimas”.