Na nossa arrogância derivada de uma sociedade de consumo, onde o individualismo transformou-se no ethos de toda uma era, muitas vezes deixamos de dar a devida atenção às coisas ínfimas que perpassam por ecossistemas tão fundamentais para sustentar a possibilidade de vida, inclusive a humana, no Planeta. Coisas pequenas como folhas num regato, ou mesmo o curso das águas que desembocam no vasto oceano…
Os fotógrafos de paisagens, com essas reflexões imagéticas, nos instigam a pensar num modo de superarmos um modelo econômico insano. É como lançar um grão de areia contra as engrenagens de uma máquina destrutiva.
Como ponderou o saudoso Norberto Bóbbio: “Alguma vez aconteceu que um pequeno grão de areia levado pelo vento detivesse a máquina. Mesmo que exista um milésimo de milésimo de probabilidade de que o pequeno grão, levado pelo vento, vá parar na mais delicada das engrenagens, detendo o movimento, a máquina que estamos construindo é demasiado monstruosa para que não valha a pena desafiar o destino”