Diante de tantos brinquedos e brincadeiras encontradas na visita às pequenas vilas no Gabão, África, não há como não parar e refletir.
Enquanto a vida adulta se desenvolve com os recursos que a natureza dá, com as crianças não é diferente. O mundo delas, a imagem e semelhança do mundo de seus pais, vai sendo construído simbolicamente nos objetos que inventam.
Mesmo com tarefas demandadas pelos pais, como buscar água, há sempre tempo para elas fazerem seu próprio caminhão, seu barco ou mesmo aproveitar materiais desprezados para inventar uma história, uma fantasia. De repente, tudo pode virar brinquedo, brincadeira.
Talvez o adulto lhes ensine a arquitetura de um barco, de um caminhão, que com certeza chegaram importados ao Gabão, por muito tempo colonizado. Assim como a boneca loura e a bicicleta sem rodas. Mas diante do grande potencial destas crianças, qualquer pedaço de pau pode projetar um brinquedo ou uma brincadeira. Nada as impede, estão à mercê de suas vontades.
E a vida simples segue seu curso. Com liberdade e fidelidade às suas raízes, as crianças são capazes de sonhar um futuro onde elas sejam donas de seus próprios destinos. O maior de todos os bens.