“O fotógrafo é um especialista em breves encontros”, dizia Richard Avedon. Esse foi meu desafio em Transeuntes: criar belos retratos a partir de breves encontros. Ao montar um estúdio na calçada da Rua Sete de Setembro, no Centro de Vitória, abordei pedestres, perguntei seus nomes, troquei palavras rápidas sobre a relação deles com a cidade e os convidei para um ensaio.
Instaurou-se um campo do desconhecido: Nem fotógrafo, nem fotografado e nem os transeuntes ao redor se conhecem, criando um ambiente cheio de tensões. Para agravar, todos tem pressa: ninguém vai dedicar muito tempo para participar de um projeto do qual pouco se sabe. Diante disso, somente um milagre permitiria a produção de um belo retrato.
Guimarães Rosa escreveu que “quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo”.
Eu vi sete,
e trouxe para você.