No alvorecer de mais um fevereiro, Salvador desperta sob a bênção azul de Iemanjá. No Rio Vermelho, corações se encontram, pulsando em uníssono com as ondas que beijam a praia. É dia de festa, dia de entrega, de amor e devoção à Rainha do Mar, é o dia de Iemanjá.
Os primeiros raios de sol iluminam rostos ansiosos, enquanto mãos cuidadosas adornam balaios com flores, espelhos e perfumes. Cada oferenda é um sussurro de fé, uma promessa ao mar que tudo ouve e tudo acolhe. A cidade respira um ar de reverência e esperança, envolta em um manto branco de pureza e renovação.
O cortejo se forma, um rio humano que flui pelas ruas em direção ao Rio Vermelho. Vestidos de branco, os fiéis carregam seus presentes, caminhando ao som de cânticos e tambores, cada passo uma batida de coração devoto. A celebração é um poema vivo, onde cada gesto, cada sorriso, compõe versos de devoção e gratidão.
Na praia, as oferendas são entregues ao mar, a entrega é plena. Barcos singram as águas, levando os presentes ao encontro da deusa. As ondas, em sua dança eterna, acolhem os balaios com ternura, levando consigo os desejos e as preces de um povo. É um momento de comunhão, onde o humano toca o divino, e a fé se dissolve no mar imenso.
O dia avança, e a celebração se transforma em festa. Músicas vibrantes, danças envolventes, risos compartilhados. A energia é palpável, um sopro de vida que percorre o ar. As fotografias capturam essa essência, trazendo instantes de alegria e conexão, revelando a alma de uma tradição que transcende o tempo.
À medida que o sol se põe, a praia se ilumina com velas acesas, reflexos de esperanças renovadas. A festa de Iemanjá é mais do que um rito, é um elo que une corações, uma celebração da fé que se renova a cada ano. Que essas imagens sejam um tributo à Rainha do Mar, e uma homenagem ao povo que, com amor e fé, celebra sua mãe protetora.