Viagem e fotografia se confundem na trajetória fotográfica de Míriam Ramalho. Após se aposentar, em expedições fotográficas pelo mundo ela se apaixonou pela fotografia e não consegue mais viver sem ela. Recentemente, Míriam Ramalho vem concentrando alguns projetos autorais em países africanos, onde registra a alegria e a dança, o colorido das pinturas corporais, das vestimentas e das festas populares.
Com a foto “Dança de meninas”, Míriam Ramalho é uma das finalistas do Prêmio Portfólio FotoDoc 2024. A imagem foi feita no Gabão, em um pequeno vilarejo. Registra o movimento preciso e gracioso de uma menina no primeiro plano, observada por mulheres e meninas no plano de fundo. É o segundo ano consecutivo que Míriam Ramalho está entre os finalistas da premiação. Em 2023, a imagem “Vendedora de pulseiras”, também realizada no continente africano, na Namíbia, esteve entre as ganhadoras.
Conheça mais sobre a talentosa fotógrafa na entrevista abaixo.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 67 anos (06/06/1957). Sou aposentada e moro no Rio de Janeiro-RJ.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Depois que me aposentei comecei a viajar. Foi nas expedições fotográficas pelo mundo, com fotógrafos conceituados, que aprendi a fotografar. Desde então (2014, primeira expedição à Guatemala) me apaixonei pela fotografia. Tenho participado de projetos, exposições, concursos fotográficos e cada vez mais a fotografia toma conta da minha vida. Não consigo mais me ver sem ela.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2024. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
A foto finalista “Dança de Meninas” foi feita na expedição fotográfica ao Gabão, África, em 2023. Visitando uma das pequenas vilas do país, conhecemos mulheres que nos presentearam com a dança local. Elas reuniram meninas, prepararam suas roupas, maquiagem (máscaras pintadas muito comum no Gabão) e fizeram uma bela apresentação para o nosso grupo. Outras fotos desta dança estão no livro Gabão lançado em 2024 que mostra a simplicidade e autenticidade do povo gabonês que vive às margens de rios do país com mais 88% de floresta tropical.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Tenho três livros publicados e um projeto para o quarto: BENIN (2020), ETIÓPIA (2022), GABÃO (2024) e já começo a reunir material para o livro MALAWI. Acabei de participar de uma caravana da ONG Fraternidade Sem Fronteiras no Campo de Refugiados Dzaleka e pretendo fazer o próximo livro com o tema refugiados, do ponto de vista da Nação Ubuntu, projeto da FSF.
Atuo também com adolescente num projeto de Mobgrafia: um caminho, na Cruzada São Sebastião, Leblon, Rio de Janeiro. Um local que ainda vivencia discriminação racial e social. A ideia é desenvolver o olhar e produzir imagens com celular do local onde vivem.