O mesmo que: ávidos, cadáveres, cansados, defuntos, desbotados, esmaecidos, exaustos, inanimados, inertes.
Um novo significado ganhou essa palavra, tanto no sentido metafórico, quanto também, sem descartar, infelizmente, o conceito literal do verbo.
As favelas ou comunidades fogem da realidade, em que nós, pessoas de classe acima dessas circunstâncias, não compreendemos, pois vivemos em uma sociedade ignorante.
Nosso país é pobre, de forma econômica e até mesmo humana.
Eles vivem em um espaço hostil do qual eles também sabem que não pertencem. Um local passageiro, com a possibilidade de perder suas moradias a qualquer momento ou até mesmo a própria vida, seja pelas condições precárias e inseguras presentes nessas áreas.
Desde Abril de 2021, na cidade de Carapicuíba, localizada no estado de São Paulo, fiz visitas a três comunidades próximas de onde vivo, Comunidade da Reciclagem, Comunidade 13 e a CDD (Cidade de Deus), e desde o primeiro contato, enxerguei uma necessidade de documentar a vida e o cotidiano tanto do lugar, quanto das próprias pessoas. Entretanto, no primeiro contato com os habitantes, minha primeira impressão foi além das minhas expectativas e se a humildade e simpatia tivesse surgido de um lugar, diria que nasceu dessas comunidades.
A partir disto, o projeto tem o propósito de retratar essa veracidade, mas procurando trazer uma reflexão diante das imagens captadas, que vão além do que compreendemos ou supomos, propondo enxergar com um olhar humanizado e consciente e não como uma forma de denúncia, pois essas pessoas já vivem essa repressão e preconceito por parte da mídia e acabam passando despercebidas aos olhos de quem os vêem, abandonados e excluídos, simplesmente fantasmas ambulantes que não pertencem a um lugar, mortos pela própria irmandade.