Em janeiro do ano de 2025, tive o privilégio de conhecer o Parque Nacional das Emas, localizado entre os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. No primeiro dia de visitação, consegui avistar o lobo-guará saindo da base do parque, caminhando em direção as lavouras de soja, que fazem divisas com o parque.
Com câmera em mãos, tive meu momento de sinestesia, lembrei de uma citação do grande fotógrafo Araquém Alcântara a respeito do P. N. das Emas em se livro Terra Brasil, “Um parque condenado. Esta é a triste sina do Parque Nacional das Emas {…} Transformado numa ilha verde cercada por lavouras de soja e milho”. E realmente, Alcântara tem razão.
Naquele instante, o lobo atravessou a rodovia ainda em terra, e antes de entrar definitivamente na lavoura, ele parou, por um breve instaste, virou o corpo e direcionou o seu olhar de encontro com o fotógrafo. Senti que foi um sinal de despedida, talvez de até logo… Tive a certeza de que eu tinha uma foto em mãos, e tenho. O lobo-guará, representa o cotidiano dos animais do Parque Nacional das Emas, quais, diariamente buscam alimentos nas lavouras, pairando sobre eles, aviões pulverizando agrotóxicos, triste rotina. Somente o futuro para traçar o destino do parque e seus ilustres habitantes.