Esse ensaio é fruto de registros feitos ao longo de 6 anos acompanhando da Festas das Águas na cidade de Maceió, em homenagem ao Dia de Iemanjá.
Procurei retratar aqui as pessoas de santo que fazem parte de todo um ritual de fé, devoção e proteção que envolve o festejo, exaltando e promovendo a resistência dos rituais de matriz africana no estado alagoano. Estado esse, que em 1912, por preconceito de algumas “autoridades”, promoveu um dos maiores atos de violência contra o “povo de santo” no país, conhecido como “Quebra de Xangô”.
O “Quebra de 1912” foi um movimento que provocou e instigou a intolerância contra a religião de matriz africana e como consequência, as casas de culto afro foram invadidas e destruídas, objetos sagrados queimados e pais e mães de santo foram espancados publicamente.
Assim, nesse ensaio, procuro reforçar palavras como existir, resistir e coexistir, num intuito de que esses termos sejam balizadores e principais pilares da humanidade e fios condutores para dias de mais tolerância, respeito e liberdade.