Entre o sal do mar e o peso da rede, nasce este ensaio. Realizado na pequena cidade costeira de Mirissa, no sul do Sri Lanka, estas imagens retratam mais do que o cenário paradisíaco que costuma figurar em cartões-postais: elas mergulham no cotidiano silencioso e resiliente dos homens e mulheres que vivem da pesca — trabalho árduo que sustenta não só suas famílias, mas também a própria identidade local.
Neste lugar onde o dia começa antes do sol e termina com o cansaço acumulado no corpo, o tempo é medido por marés e gestos repetidos. Cada fotografia busca captar esse ritmo invisível da subsistência: mãos calejadas puxando redes, olhares atentos ao horizonte, corpos em sincronia com o peso das embarcações, mulheres que não apenas esperam, mas também trabalham, cuidam, limpam, vendem.
.
Mirissa é mais do que um destino turístico. É um território de resistência cotidiana, onde o trabalho não é apenas meio de vida, mas também linguagem silenciosa de pertencimento e dignidade. As imagens deste ensaio não romantizam a labuta, mas reconhecem sua força. São fragmentos de uma luta constante, muitas vezes invisibilizada, que ocorre entre a areia, a água e o esforço humano.