“Novos Dias”
Os galhos de uma árvore cederam seu espaço, agora mesclam-se às visões num borrão de uma mesma informação. As redes estáticas, onipresentes, zumbindo em todos os ambientes, são o repouso dos olhos que ainda tentam encontrar as nuvens cada vez mais dispersas, e mesclam-se aos mono-tons do céu numa assimilação subconsciente com a natureza, os azuis e brancos. São os novos santos da mitologia urbana, um caminho para o paraíso.
O misto sinérgico das formas estampadas eletrocuta a mente moderna em estímulos perdidos dentre uma nova era, a nostálgica anemoia de um tempo que não pode ser nada além do agora. Das torres que perpassam o domo, nossas sucedidas babéis, ao espírito santo que acostumou-se ao fio bambo e também o repouso vegetal que simplesmente abre- se para acolher ao tão contrastante monólito de uma geometria perfeita. Um emaranhado de fios que coloca sentido nas palavras “não tema”, proferidas por anjos cuja percepção colapsaria ao vê-los.
O trabalho busca dar novos olhos para a intersecção homem tecnologia que não mais é um futuro distante ou a inovação próxima, mas sim a realidade de toda a humanidade em conjunto. De pequenas comunidades à altos polos industriais, nem mesmo comunidades indígenas estão ausentes de um satélite artificial que flutua discreto pelo anil.
O que, porém, foi o mártir que ainda representam todas as cruzes que a nossa tecnologia forma? O que sacrificamos para isto?