Os Lençóis Maranhenses formam um ecossistema único no mundo. Localizado no estado do Maranhão, Brasil, esse parque nacional é composto por vastas dunas de areia branca que se estendem por quilômetros, intercaladas por lagoas sazonais de água doce, cristalinas, formadas pelas chuvas entre os meses de janeiro e junho. Essas lagoas apresentam diferentes tonalidades, variando entre o azul e o verde, e estão em constante transformação conforme o clima e o movimento das dunas.
Ao optar pelo preto e branco para retratar os Lençóis Maranhenses, busquei ir além do apelo visual das cores para revelar a essência gráfica e emocional da paisagem. A ausência da cor convida o olhar a se aprofundar nas texturas, nos contrastes de luz e sombra, nas linhas naturais formadas entre as dunas e as lagoas.
O preto e branco permite uma leitura mais intimista e atemporal do lugar. Destaca o silêncio da imensidão, a solidão das formas, o diálogo entre o efêmero e o eterno — marcas do vento na areia que se apagam, luzes que se transformam a cada minuto. É uma forma de aproximar o espectador da poesia contida na paisagem, sem distrações.
Quando tiramos o óbvio da beleza, o colorido da paisagem, o preto e branco revela, paradoxalmente, uma outra camada de cor — a da emoção, da memória, do imaginário. Ao retirar a cor, ganhamos a oportunidade de sentir os Lençóis de maneira mais abstrata e sensorial.
Ao mostrar a beleza e a singularidade desse ambiente, reforçamos a necessidade de protegê-lo para as próximas gerações, garantindo que sua biodiversidade e equilíbrio natural sejam preservados.






