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Entre fendas e escuta: o que emerge no Jardim Monte Azul

Entre fendas e escuta: o que emerge no Jardim Monte Azul

Alexandre de PauloPorAlexandre de Paulo
11 de julho de 2025
em Ensaio

Selecionado no Prêmio Portfólio FotoDoc 2025

Este ensaio nasceu do encontro entre o meu corpo em trânsito e um território urbano onde o invisível pulsa. A Favela Jardim Monte Azul – periferia sul de São Paulo – foi onde escolhi desacelerar meu olhar, não para retratar uma comunidade, mas para escutar, com a câmera, seus silêncios e seus excessos. Ali, entre becos, muros e travessias, relembrei que a cidade não é só matéria, mas também memória e história.

Meu processo criativo parte da escuta acurada e da permanência. Retornei ao mesmo lugar em dias diferentes, não para perseguir uma imagem específica, mas para me deixar afetar pelas luzes, pelos gestos e pelos tempos das coisas. O ensaio é menos sobre o que vejo e mais sobre o que a paisagem me conta. Para mim a fotografia opera como dispositivo de presença e atenção. Por isso, as imagens não se constroem a partir de grandes espetáculos visuais, mas de pequenos deslocamentos simbólicos, em que a vida parece se revelar por frestas.

A opção pelo uso da câmera fotográfica como ferramenta de aproximação – e não de distância – redefine a relação com o real. Não há teleobjetivas nem interferências. Me aproximo, espero, componho. A luz natural é a única iluminação permitida. Me interesso pelos encontros em suspensão: uma pessoa que caminha, um varal improvisado, uma escadaria que parece ruir, um céu que resiste. Nada foi encenado. Tudo foi, em alguma medida, devolvido ao mundo como foi recebido.

A série também é um exercício de construção poética do espaço. O Jardim Monte Azul, lugar tantas vezes estigmatizado pelo discurso institucional, aqui emerge como território de potência estética. Meu método é documental, mas minha intenção é metafórica. Busco imagens que sustentem uma ambiguidade – entre ruína e beleza, entre concreto e sonho, entre abandono e reinvenção. A vida no Monte Azul é dura, sim. Mas é também cheia de cor, alegria, fé, ritmos e invenções.

No percurso, incorporei referências da fotografia latino-americana que pensa a cidade para além da denúncia. A tradição documental expandida me auxiliou a entender que a imagem não precisa apenas explicar, mas pode sugerir, provocar e até calar. Trabalho, portanto, na fronteira entre o ensaio visual e a escavação simbólica.

Cada fotografia é uma escuta. Cada enquadramento, uma escolha estética. Cada passo, uma negociação entre presença e invisibilidade.
Hoje, ao olhar para esse conjunto, percebo que o ensaio me levou a enxergar não apenas um bairro, mas a rever a maneira como me posiciono no mundo enquanto fotógrafo, homem branco, de classe média, vindo de outro ponto, também periférico. Compreendo melhor meu lugar de fala e, sobretudo, meu lugar de silêncio, em que estou constantemente aprendendo a escutar.

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Alexandre de Paulo

Alexandre de Paulo

Sou Alexandre de Paulo, fotógrafo e artista visual, nascido em Guarulhos, na Grande São Paulo, em 1971. Minha trajetória começou no fotojornalismo, mas se expandiu ao longo dos anos para um campo mais amplo da fotografia documental e da arte, sempre com foco nas questões sociais, nos direitos humanos e na dignidade das vidas invisibilizadas. Desde cedo, entendi a fotografia como uma linguagem de escuta e presença. Formei-me em Fotografia pelo SENAC-SP (1993), em Fotojornalismo pela Focus-SP (1996) e pela Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano (FNPI), na Colômbia (2002), instituição fundada por Gabriel García Márquez. Sou também jornalista, graduado em Comunicação Social pela Universidade Guarulhos (UNG, 2003), e curso pós-graduação em “Fotografia como Suporte para a Imaginação”, no f508, com conclusão prevista para 2025. Iniciei minha carreira profissional em 1994, como fotógrafo do semanário jornal Olho Vivo, que em 2004 se tornou Diário de Guarulhos e onde atuei também como editor de fotografia até 2012. Em 2014, fui responsável pela editoria de fotografia do jornal Metrô News, em São Paulo. Desde 2017, dedico-me exclusivamente à produção independente como freelancer, desenvolvendo projetos autorais que atravessam o campo do documento poético e da memória social. Entre os trabalhos mais significativos da minha trajetória estão as coberturas no Haiti, durante a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), em 2004 e 2014. Dessa experiência nasceu a exposição “Um Olhar Sobre o Haiti”, apresentada em Guarulhos (2017) e na Galeria Olido, em São Paulo (2019). Também fotografei comunidades populares como a Monte Azul, na zona sul da capital paulista, buscando traduzir em imagem a resistência, o afeto e a espiritualidade dos territórios periféricos. Participei de mostras como “Devotos de Nossa Senhora do Bonsucesso” (minha primeira individual, em 2003), “São Paulo 24h” (SENAC, 2003), “Povos de São Paulo” (2004), além de festivais internacionais como o “Festival Gabo” (Colômbia, 2016), “Mirar Distinto” (México, 2023) e, mais recentemente, exposições itinerantes sobre a Amazônia, realizadas em 2024 na Cidade do México. Acredito na fotografia como rito de aproximação e reconexão. Como educador, compartilho essa visão ministrando oficinas de fotojornalismo e fotografia básica, principalmente para jovens de origem periférica. Atualmente, também atuo como fotógrafo no Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Pública Urbana de São Paulo (SIEMACO-SP), onde continuo documentando o cotidiano de pessoas que constroem a cidade invisivelmente. Minha prática está comprometida com a escuta, com o tempo lento e com a potência da imagem como gesto ético e político. Estou constantemente em busca de narrativas que resgatem a humanidade onde ela foi apagada, e de cruzamentos simbólicos entre arte, território e memória.

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