Resistindo ao avanço sobre suas terras e modos de vida, lideranças indígenas de todo o país se reúnem anualmente em Brasília na ATL – Articulação dos Povos Indígenas. É uma ocasião única de registrar a diversidade de culturas e de celebrar uma união na luta.
Desde 2022, Douglas Protázio busca, por meio de retratos, captar a identidade e a força cultural dos participantes deste importante movimento. Parte desse material deu origem ao Ensaio Nhanderekó: A Essência da Resistência Indígena, finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025.
Nhanderekó é um termo guarani que significa “modo de ser” ou “modo de vida”, representando o conjunto de valores, tradições e práticas que orientam a existência e a relação dos povos indígenas com o mundo. Usando recursos básicos, o foco de Douglas Protázio está na expressão do olhar de cada um, uma mistura de orgulho e força emerge em cada retrato, à sua maneira. A série prima por revelar também as marcas culturais de cada grupo, por meio dos adereços e das pinturas corporais.
Conheça mais sobre o fotógrafo e o Ensaio finalista na entrevista que segue.



Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 49 anos e vivo em Brasília (DF), onde também desenvolvo meu trabalho fotográfico.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Fotografo para revelar histórias, sentimentos e culturas. Minha relação com a fotografia vem do meu avô, Miguel de Sousa, e de referências como João Roberto Ripper, Claudia Andujar, Sebastião Salgado e Yousuf Karsh. Sou formado em fotografia, com pós-graduação em fotojornalismo, e busco imagens que ultrapassem o instante e alcancem a essência humana.


Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Nhanderekó foi feita durante o ATL – Articulação dos Povos Indígenas, em Brasília. A série retrata identidade e força cultural dos participantes, em digital e analógico, com destaque para o preto e branco e o uso de chiaroscuro para intensificar emoção e presença.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Hoje trabalho prioritariamente com fotografia analógica e temas ligados aos direitos humanos, caminho que pretendo aprofundar nos próximos projetos.
