Arquiteto de formação e fotógrafo por paixão, Flavio Roitman encontrou na maturidade uma nova linguagem para expressar seu olhar sobre o mundo. Aos 67 anos, o carioca mergulhou de cabeça na fotografia a partir de 2016, transformando-a em uma atividade central de sua vida, que vai da prática incessante ao estudo teórico e à participação ativa em fotoclubes.
Seu ensaio “Mergulho Interior“, finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025, é um fruto da busca por expressão durante o período de isolamento da pandemia. Realizado majoritariamente dentro de sua própria casa, o trabalho é um profundo e metafórico mergulho introspectivo. Por meio de autorretratos cuidadosamente elaborados, Flavio traduz em imagens potentes uma investigação sobre seus próprios sentimentos e estados de alma. A série representa um eixo fundamental de sua produção atual, sendo um caminho valorizado para externalizar emoções e que tem conquistado reconhecimento em diversos circuitos.
Acompanhe na entrevista a seguir a trajetória e os insights por trás deste trabalho tão pessoal e revelador.



Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 67 anos. Vivo e trabalho no Rio de Janeiro.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Sou arquiteto de formação. Meu primeiro contato com a fotografia foi durante a faculdade, nos livros de arquitetura, com as fotos das obras dos arquitetos que eram nossas referências. Ainda jovem fiz algumas fotos de edifícios e viagens e deixei de lado. Em 2010 fui viajar e recomecei a querer fazer algumas fotos. Mas em 2016 fiz meu primeiro curso de fotografia, para iniciantes, e não parei mais de praticar e estudar. Hoje a fotografia tem um papel muito importante em minha vida. Fotografo, faço tratamento das fotos, estudo, vejo filmes, leio livros, frequento o fotoclube, participo de concursos, exposições e muitas atividades.


Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Durante a pandemia estava buscando uma forma de expressão e resolvi fazer alguns autorretratos. Gostei do resultado, fui pouco a pouco depurando a técnica, buscando novas formas de executar e acrescentar novos temas.
Eu costumo fazer as fotos em minha própria casa. A cada nova ideia eu procuro o local mais adequado. Nesse ensaio somente uma das fotos foi feita em um quarto de hotel, as demais foram em casa.
A proposta, como escrevi no texto enviado, é um mergulho no interior de minha alma buscando identificar e reconhecer os sentimentos, para expressá-los em forma de fotografias.
Os autorretratos hoje são parte importante da minha produção, pois são um caminho para exprimir meus sentimentos e tem sido valorizados e bem recebidos em concursos e convocatórias.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente tenho feito fotos de rua e algumas montagens fotográficas (sem IA), além de dar continuidade aos autorretratos. Para o futuro pretendo continuar estudando, produzindo e melhorando a cada dia.

