Marcelo Moryan nasceu em Minas Gerais e morou nos estados de Rondônia, Amapá, Pará e Maranhão, antes de se estabelecer na cidade de Guarapari, no Espírito Santo. É a partir dessa trajetória de múltiplos lugares que ele vem construindo uma obra artística diversa, que envolve fotografia, pintura e vídeo.
Uma das várias séries que desenvolve em paralelo é intitulada “Morte” e consiste em imagens de animais mortos encontrados em lixões. Quando buscava novas imagens para essa série, acabou se deparando com uma cena inusitada e contrastante, ao registrar sua assistente, que vagava com uma sombrinha em meio ao caos de dejetos de um lixão. Foi assim que nasceu a foto “Cores do Caos”, uma das finalistas na categoria Imagem Destacada do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023.
Entenda melhor a gênese dessa imagem instigante e o trabalho de Marcelo Moryan.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 55 anos e moro há 28 anos em Guarapari – ES. Nasci em Nanuque – MG e morei nos estados de Rondônia, Amapá, Pará e Maranhão.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Desde 1995 sou publicitário e no decorrer da minha carreira sempre fui fascinado pela fotografia – então em decorrência de melhorar meu trabalho após 15 anos de profissão abracei a 8ª arte com todo o meu amor e percorri um caminho de autoditadismo através de livros e revistas especializadas – tendo como destaque e referência a “Revista Fotografe Melhor”.
Hoje a fotografia ocupa um grande espaço multimídia na minha vida pessoal, artística e profissional – Com ela executo trabalhos de pintura, retratos, fotografia 360 e também mergulho nesse mundo visual quando quero adentrar na poesia, crônica ou a edição de algum vídeo – o tripé da minha existência é essencialmente fotográfico.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Tenho várias séries que desenvolvo em paralelo – uma delas é sobre a “Morte” – para fotografá-la visito lixões em busca de animais mortos e sempre vou com algum auxiliar. Neste dia em que fotografei “Cores do Caos” estava acompanhado de minha assistente e ela estava no meio do lixo com uma sombrinha enquanto eu fotografava um urubu morto – Em uma fração de segundo quando me virei vi aquela cena que parecia representar o “lixo de toda beleza efêmera do mundo – ou CORES DO CAOS”.
Desde então tenho fotografado outras nuances para em breve se transformar em uma série de mesmo nome. Esta fotografia representa para mim esse embate dicotômico entre “Beleza (artificial) e Caos”. A “Bela” ali naquele lixão está sendo sustentada pelo próprio lixo impregnado da sociedade que a criou. Há também na foto um viés mental de sustentabilidade.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente estou trabalhando em várias séries e aperfeiçoando minhas abordagens em retratos e pinturas digitais que as envolvem. Em 2024 faremos uma exposição fotográfica sobre esta relação “Arte fotográfica verus Arte Digital”.