O trabalho como servidor público na Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, em Brasília, abriu as portas da fotografia a Luís Oliveira. A partir de 1999, ao passar em uma seleção interna do órgão, ele passou a atuar profissionalmente como fotógrafo, registrando diversos aspectos das comunidades indígenas espalhadas pelo Brasil.
Em um de seus ensaios, Luís Oliveira registrou a prática recreativa do futebol em comunidades indígenas, um esporte que revelou ter o poder de promover o apaziguamento entre etnias que historicamente se rivalizavam e também na forma como se relacionam com os brancos. A série gerou O futebol entre os povos indígenas do Brasil, Ensaio finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023.
Saiba um pouco mais sobre o trabalho de Luís Oliveira em sua missão de registrar a cultura indígena e o atendimento de saúde nessas comunidades.
Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 62 anos, moro na cidade Recanto das Emas-DF, região administrativa de Brasília. Como a maioria da população do Distrito Federal, trabalho no setor público, na Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Foi no início de 1999 em um Órgão Público Federal. Na época executava serviços de desenho, quando passei em uma seleção interna para ocupar uma vaga de fotógrafo na equipe da Assessoria de Comunicação. E assim o sonho de ser fotógrafo estava começando a se realizar.
A primeira cobertura fotográfica foi um evento no Palácio do Planalto com um equipamento semiprofissional e 4 rolos de filme. Além de uma orientação básica de um amigo fotógrafo. O resultado foi que 75% das fotos ficaram tremidas e fora de foco, o restante se alternaram entre subexpostas e superexpostas. Não desisti, busquei me aperfeiçoar, inicialmente por meio das reportagens técnicas da revista Fotografe Melhor e livros. No final de 1999 me matriculei em um curso básico de fotografia.
Ao longo dos anos praticando e estudando a fotografia o sonho continua, porque está incorporada no meu dia-a-dia. E a magia de ser fotógrafo está nas novas situações surgidas a cada dia de trabalho, que me provoca a buscar o aperfeiçoamento profissional e pessoal.
Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do PPF 2023. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
Nos últimos onze anos nos intervalos das pautas de saúde realizadas por profissionais em atendimento das populações indígenas em seus territórios pelo Brasil.
Mostrar como os indígenas, adultos e crianças, se integram por meio da prática do futebol dentro das comunidades indígenas. Um esporte que também tem o poder de promover o apaziguamento entre etnias que historicamente se rivalizavam e, como se relacionam com os brancos.
O projeto se encaixa na minha produção fotográfica por ser uma atividade integrativa, comunicativa e social, como a fotografia no seu aspecto de comunicação e socialização de realidade construída ou natural.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Trabalho em dois projetos a longo prazo, um de caráter religioso e o outro com um viés da comunicação. E a curto prazo estou finalizando uma seleção de fotografias para elaboração de um livro fotográfico, com o título provisório; Uma História de Saúde? Com fotos que mostram as ações das equipes de saúde em atendimentos das populações indígenas em seus territórios.