A presente imagem faz parte de uma série fotográfica dedicada a um momento sublime do povo indígena Potiguara, cuja população se distribui, predominantemente, entre os municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto no estado da Paraíba.
A imagem traz momentos de expressão cultural numa cerimônia de purificação. A vivência é oferecida aos visitantes não indígenas que se propõem a conhecer as aldeias do referido território. Esses gestos comunicam a cultura de um povo que existe e resiste às imposições de um cotidiano que vem se entendido como “civilizado” desde os tempos de colonização.
No rito, o anfitrião pede licença às entidades da natureza, acende seu cachimbo e, após cânticos murmurados, mistura as ervas que traz com a água do rio, que é considerado, pelos Potiguara, uma entidade viva. A fumaça do cachimbo é baforada ao ouvido do visitante, que também recebe o banho purificador sobre a cabeça.
O ritual, que vem sendo feito desde seus ancestrais, elimina, segundo os indígenas, as impurezas adquiridas no contato com o mundo que se estabeleceu longe dos limites cândidos das matas. A vivência é traduzida por muitos visitantes como um espetáculo transformador, que, sutilmente, acrescenta (costura) boas experiências à vida.