Passei minha infância numa pequena cidade no coração da Amazônia. Dessa época, trago comigo as histórias sobre o modo de vida dos indígenas, que meus pais nos contavam… Ficava curiosa, interessada e mesmo fascinada com tantos detalhes.
Neste projeto, o que me interessa é a evolução do ser humano na nossa sociedade. Em 2017 e 2021, fui ao encontro de duas comunidades indígenas, (tribo Tuyuka e a tribo Tatuyo) para vivenciar momentos de suas vidas, buscando entender melhor suas culturas e seus modos de vida.
Durante este encontro, quis destacar através dessas imagens a força da suas expressões emocionais e levar as suas vozes, muito além de nossas fronteiras.
Essas tribos são originárias da fronteira entre o Brasil e a Colômbia. Hoje elas vivem às margens do Rio Negro, próximo à cidade de Manaus, e trabalham com o turismo, uma forma de preservar suas tradições e ganhar suas vidas.
Ao fotografá-los, perguntei-me que impacto o turismo poderia exercer sobre eles? Quanto tempo ainda poderiam resistir à cultura dos homens brancos? Ao deixa-los, tive a sensação de ter fotografado Os Últimos Testemunhos.
Nas últimas décadas, o Brasil transformou seu território em pastagens de gado, plantações de soja, cana-de-açúcar…
A crise se intensificou devido uma política sem escrúpulo dos últimos Presidentes da Republica, que autorizam os garimpeiros a entrar em reservas preservadas para explorar recursos naturais, poluindo rios, derrubando árvores e colocando em risco à vida dos indígenas.
Meu trabalho fotográfico visa testemunhar a situação desses povos indígenas, desenraizados de suas terras, forçados a deixar esta Amazônia rica e profunda, em permanente conflito com os interesses econômicos.
Espero que a minha narrativa fotográfica, contribua a sensibilizar a situação dos povos indignas e os perigos que os cercam.
Além disso, será uma maneira de reafirmar meu empenho na preservação da Amazônia e de sua vaste biodiversidade.













