O ensaio “Somos Raiz em Movimento” acompanha um fragmento da mobilização dos povos originários durante o Acampamento Terra Livre 2025, em Brasília. As imagens foram feitas no dia da marcha “Apib Somos Todos Nós: Nosso Futuro não está à venda!”, que reuniu milhares de indígenas de diferentes etnias para afirmar o direito à vida, ao território, à memória e à continuidade.
Mais do que um protesto, a marcha é um ritual coletivo. Corpos pintados, grafismos, cantos e adornos não apenas expressam identidade, mas manifestam força espiritual e cosmológica. A Terra é corpo, os passos são rezos, e o futuro é uma semente ancestral carregada nos pés e no coração de cada um.
Neste trabalho, a fotografia caminha junto. Não como observadora distante, mas como gesto de escuta e respeito. As imagens registram o movimento de um Brasil profundo, de nações originárias que persistem, resistem e seguem plantando caminhos.
“Somos Raiz em Movimento” é, assim, um ensaio sobre presença, sobre corpos que carregam mundos. É também um convite à memória e ao compromisso: com a Terra, com a justiça, com os povos originários que seguem marchando e lutando pela vida, não só humana, mas principalmente do chão que todos pisam.