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Retirada Violenta
Parece confortável a mim propor “Retirada Violenta”, simplesmente porque eu não a vivo. Mais confortável ainda é ignorar a retirada violenta, simplesmente porque eu não a vivo. Atitudes de empatia, respeito e cumplicidade não deveriam causar tanto incômodo.
Um povo historicamente esbulhado em terras comprovadamente produtivas. Um Estado indireto que burla a noção de paridade e os setores privados ditam o bem-estar. Não é para todos. Subumanos que não são aptos à ascensão social, assim sendo, não aptos ao respeito às garantias fundamentais.
Não é incomum perceber a ascensão social dissociada da ascensão intelectual. Os últimos 20 anos proporcionam claramente essa interpretação no país invadido por Portugal durante período de acumulação primitiva que deu sustento para o desenvolvimento do capitalismo. Contudo e talvez por isso, as pessoas seguem assim sendo. E é essa distopia intelectual que interpreta na empatia, no respeito e na cumplicidade, o aproveitador, o mérito e a preguiça. Uma amnésia provocada ou uma cegueira seletiva que incapacita de olhar um passado recente e reconhecer-se um ex-aflito.
Faltam casas, mas sobram imóveis. Não há terras para plantar comida, mas o eucalipto produz o deserto verde. A extração mineral expropria a riqueza de culturas e tradições. E acima de todos está o rejeito.
O esbulho possessório é a retirada violenta do legítimo possuidor de um imóvel seja residencial, rural ou comercial. Assim foi como percebi a continuidade da pesquisa apresentada no fotolivro livro “Corpos Conflitantes”.
Neste recorte, aproveitando a memória dos anos de rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco (Vale e BHP), apresento famílias esbulhadas de forma criminosa de suas casas.