“Quem guia é a resistência. E ela sabe dançar.”
Este projeto é o resultado de oito anos de acompanhamento do grupo Maracatu Nova Lua, em suas oficinas, ensaios e cortejos pelas ruas de Balneário Camboriú e Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina. A série apresenta, em 15 imagens, uma narrativa documental de camadas profundas: inicia no preparo do corpo e do instrumento, passa pela força ancestral dos gestos, pelo rito coletivo do baque virado e encerra com a afirmação da presença — como identidade, território e fé.
Mais do que um registro, Luz de Baque Virado é uma escuta visual do tambor enquanto tecnologia de pertencimento, memória e resistência negra. Através da fotografia, me coloco não como observador externo, mas como corpo presente em diálogo com uma tradição viva que se transforma e educa.
As imagens revelam as mãos que batem, os olhos que sustentam, os tecidos que contam, os pés que firmam o chão. Em tempos de ruído e dispersão, o cortejo é caminho — e o tambor, bússola.













