A foto foi feita nos bastidores da final do concurso DragStar, no Teatro Rival, Rio de Janeiro, em maio de 2025.
Entre potes de maquiagem abertos, embalagens improvisadas e um espelho de aumento apoiado sobre a bagunça, a drag queen Natasha Brizza se encara — e começa a sua montação.
O gesto interrompido, a expressão concentrada, o traço da maquiagem e a boca entreaberta: tudo ali é verdade. É sobre exagero. Mas também é sobre presença.
Essa é a hora anterior ao aplauso, onde a performance ainda não começou — mas a luta já está em cena.
Nos bastidores de uma competição drag, o que se vê não é apenas transformação estética, mas a afirmação de identidade diante de um mundo que insiste em apagar.
Ser drag não é só “se montar”.
É afirmar existência onde muitos preferem que não haja nem reflexo. É colar cílios postiços mesmo quando o mundo insiste em arrancá-los. É transformar um camarim precário em território de identidade.