Entre Madrid e Vigo, o fotógrafo espanhol Francisco Fresneda constrói uma obra que transforma a câmera em instrumento de exploração íntima e terapia pessoal. Aos 37 anos, ele equilibra sua vida como fotógrafo artístico com sua paixão pelo design, recusando trabalhos comerciais que não o inspiram para focar em projetos pessoais e exposições. Sua fotografia – que transita entre formatos analógico e digital – gira em torno de temas como identidade, presença, memória e o ato de observar, sempre abordados com honestidade, intimidade e profundidade emocional em sua busca pelo eu.
Seu ensaio “O Ninho” (The Nest), finalista na categoria Ensaio do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025, é um trabalho de rara sensibilidade sobre um tabu contemporâneo: o luto perinatal. Desenvolvido entre 2024 e 2025 durante o período em que esperava o nascimento de seu próprio bebê, o projeto nasceu da percepção de que o aborto espontâneo permanece um assunto tabu, mesmo entre gerações mais jovens. Ao compartilhar a experiência com outros pais, Fresneda sentiu-se compelido a retratar a dor silenciosa que muitas mães enfrentam, criando um testemunho visual sobre o luto não reconhecido e a expectativa interrompida. O trabalho conecta-se organicamente com sua prática fotográfica anterior, aprofundando sua exploração sobre identidade e memória através de uma abordagem corajosa e emocionalmente honesta.
Conheça mais sobre esta jornada de luto e cura, e os projetos que mapeiam fronteiras físicas e existenciais na entrevista que segue.



Quantos anos tem? Onde vive e trabalha atualmente?
Tenho 37 anos e atualmente divido meu tempo entre Madrid e Vigo, Espanha, de onde persigo meu trabalho fotográfico, combinando projetos pessoais com colaborações editoriais ocasionais e exposições.
Conte um pouco da sua trajetória pessoal na fotografia. Quando começou a fotografar e por que? Qual papel tem a fotografia em sua vida?
Atualmente equilibro minha vida como fotógrafo artístico com minha paixão pelo design. Não aceito mais trabalhos comerciais que não me inspiram, e meu foco está em trabalhar livremente e realizar exposições.
A fotografia sempre foi mais do que uma disciplina artística para mim — é uma forma de terapia pessoal e exploração. Grande parte do meu trabalho gira em torno de identidade, presença, memória e o ato de observar. Muitas vezes trabalho com formatos digitais e analógicos e meu tema recorrente é a busca pelo eu, abordada com honestidade, intimidade e profundidade emocional.



Conte um pouco sobre seu trabalho finalista do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025. Quando e onde foi realizado? Qual a proposta? De que maneira e em que medida ele se encaixa em sua produção fotográfica?
O projeto está ocorrendo entre 2024 e 2025, durante o tempo em que esperávamos o nascimento de nosso bebê. Ao compartilhar a experiência com outros pais, percebi que o aborto espontâneo permanece um assunto tabu, mesmo entre as gerações mais jovens, e rapidamente me senti compelido a retratar o luto que muitas mães enfrentam.
Em quais projetos trabalha atualmente? Quais seus planos para o futuro próximo em termos de produção fotográfica?
Atualmente estou trabalhando em dois projetos: um relacionado à terceira idade e outro focado na fronteira entre Espanha e Portugal, principalmente na região da Galícia.

Conheça os finalistas do Prêmio Portfólio FotoDoc 2025