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O Fim da História

João PompeubyJoão Pompeu
20 de January de 2024
in Photo Essay

Na história recente do planeta, o ano de 2023 foi o mais quente já registrado – e talvez o mais ameno do Capitaliniano, a primeira Idade geológica do Antropoceno, Época caracterizada pela dominância do Homo sapiens como principal força geológica da Terra. As mudanças climáticas, amplificadas pelo El Niño e por eventos extremos pontuais deixaram suas marcas nos termômetros e nos ecossistemas sensíveis à temperatura. Glaciares e geleiras de latitudes médias, em especial, sofreram perdas de volume e área pelo seu derretimento sem precedentes. 

O icônico Glaciar do Monte Perdido, um dos últimos glaciares da Península Ibérica e o terceiro em extensão, com superfície de pouco mais de 50 ha e 50 metros de espessura, não foi exceção. Este glaciar é um tesouro natural nos Pirineus, e seu gelo registra cerca de dois milênios de história climática da Terra. Porém, derrete a uma velocidade alarmante devido ao aumento das temperaturas, causadas pela emissão de gases de efeito estufa derivados de petróleo, e também pela deposição sobre a neve e o gelo de partículas que acompanham as emissões desses gases. 

No atual ritmo de degelo, é provável que o Glaciar do Monte Perdido – assim como a maior parte dos glaciares no mundo – desapareça por completo em menos de 50 anos. As consequências ecológicas dessa perda são imensuráveis para o ecossistema Pirenaico e global. Além disso, climaticamente, a perda de glaciares ou a diminuição do seu albedo pela deposição de matéria particulada, significa um sistema ainda mais quente, acelerando o aumento da temperatura planetária.

Na esfera social, porém, o impacto da perda glaciar é bem conhecido: milhões de pessoas dependem diretamente da água armazenada em forma de gelo e neve que, no passado, derretiam mais lentamente, abastecendo reservatórios naturais ou artificiais. Desa forma, os glaciares garantiam a soberania hídrica e alimentar das populações à jusante. Agora, o derretimento acelerado coloca em xeque a disponibilidade de água durante a estiagem e aumenta o risco de enchentes em áreas de vulnerabilidade social na época de degelo. 

Por isso, esse ensaio é um alarme sobre a vulnerabilidade dos ecossistemas glaciares, sobre a necessidade urgente de enfrentar as mudanças climáticas e pensar em ações para a conservação desses registros históricos naturais, que ajudam a entender as condições climáticas passadas da Terra. Graças aos registros naturais, sabemos que em outras Épocas e Idades geológicas, essas condições eram menos favoráveis à vida humana como a conhecemos agora. O Antropoceno caminha a passos largos para um ambiente mais hostil à biosfera adaptada ao clima Cenozoico, e levará com ele as histórias  não reveladas pelos glaciares perdidos. 

Pequenos neveiros desconectados do glaciar principal, aos pés do Monte Perdido
Lago com água glaciar na base do Monte Perdido (à traseira do ponto de vista da foto) quase sem neve em seu entorno
Alpinistas cruzando um dos poucos neveiros à base do glaciar do Monte Perdido
Fenda entre o Glaciar e a rocha, espaço antes preenchido por gelo
Vista geral do Glaciar do Monte Perdido e seus pouco mais de 50 ha de superfície restantes
Pequeno neveiro entre as rochas

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João Pompeu

João Pompeu

Biólogo da conservação e doutor em Ciência do Sistema Terrestre, João Pompeu documenta as mudanças globais, seus impactos em ecossistemas e espécies ameaçadas, bem como a busca por soluções para a crise climática.

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