Entre fendas e escuta: o que emerge no Jardim Monte Azul
Este ensaio nasceu do encontro entre o meu corpo em trânsito e um território urbano onde o invisível pulsa. A...
Read moreDetailsSou Alexandre de Paulo, fotógrafo e artista visual, nascido em Guarulhos, na Grande São Paulo, em 1971. Minha trajetória começou no fotojornalismo, mas se expandiu ao longo dos anos para um campo mais amplo da fotografia documental e da arte, sempre com foco nas questões sociais, nos direitos humanos e na dignidade das vidas invisibilizadas.
Desde cedo, entendi a fotografia como uma linguagem de escuta e presença. Formei-me em Fotografia pelo SENAC-SP (1993), em Fotojornalismo pela Focus-SP (1996) e pela Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano (FNPI), na Colômbia (2002), instituição fundada por Gabriel García Márquez. Sou também jornalista, graduado em Comunicação Social pela Universidade Guarulhos (UNG, 2003), e curso pós-graduação em “Fotografia como Suporte para a Imaginação”, no f508, com conclusão prevista para 2025.
Iniciei minha carreira profissional em 1994, como fotógrafo do semanário jornal Olho Vivo, que em 2004 se tornou Diário de Guarulhos e onde atuei também como editor de fotografia até 2012. Em 2014, fui responsável pela editoria de fotografia do jornal Metrô News, em São Paulo. Desde 2017, dedico-me exclusivamente à produção independente como freelancer, desenvolvendo projetos autorais que atravessam o campo do documento poético e da memória social.
Entre os trabalhos mais significativos da minha trajetória estão as coberturas no Haiti, durante a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), em 2004 e 2014. Dessa experiência nasceu a exposição “Um Olhar Sobre o Haiti”, apresentada em Guarulhos (2017) e na Galeria Olido, em São Paulo (2019). Também fotografei comunidades populares como a Monte Azul, na zona sul da capital paulista, buscando traduzir em imagem a resistência, o afeto e a espiritualidade dos territórios periféricos.
Participei de mostras como “Devotos de Nossa Senhora do Bonsucesso” (minha primeira individual, em 2003), “São Paulo 24h” (SENAC, 2003), “Povos de São Paulo” (2004), além de festivais internacionais como o “Festival Gabo” (Colômbia, 2016), “Mirar Distinto” (México, 2023) e, mais recentemente, exposições itinerantes sobre a Amazônia, realizadas em 2024 na Cidade do México.
Acredito na fotografia como rito de aproximação e reconexão. Como educador, compartilho essa visão ministrando oficinas de fotojornalismo e fotografia básica, principalmente para jovens de origem periférica. Atualmente, também atuo como fotógrafo no Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Pública Urbana de São Paulo (SIEMACO-SP), onde continuo documentando o cotidiano de pessoas que constroem a cidade invisivelmente.
Minha prática está comprometida com a escuta, com o tempo lento e com a potência da imagem como gesto ético e político. Estou constantemente em busca de narrativas que resgatem a humanidade onde ela foi apagada, e de cruzamentos simbólicos entre arte, território e memória.
Este ensaio nasceu do encontro entre o meu corpo em trânsito e um território urbano onde o invisível pulsa. A...
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