Cris Marcos

Cris Marcos

Minha prática artística se desenvolve na interseção entre cerâmica, experimentação material e investigação de técnicas não tradicionais de modelagem. A partir da argila, exploro processos que transcendem a escultura convencional, incorporando o fogo, a umidade e a pressão como agentes de transformação, instaurando esculturas diferenciadas.
A organicidade das formas naturais serve como ponto de partida para minha pesquisa, na qual aspectos como composição, textura e cor são trabalhados para expandir minha criação tridimensional para o bidimensional, utilizando esculturas e placas de argila úmida com corantes minerais como matrizes para impressões sobre papel. Nomeei essa técnica de “Argilotipia”: monotipia com matriz de placas/esculturas de argila modeladas manualmente. Nesse processo, a umidade e a pressão tornam-se elementos essenciais para a materialização de imagens, em um jogo de presença e ausência que tensiona os limites entre escultura e impressão.
Minha produção é, assim, um constante exercício de materialidade e narrativa, onde argila, cor e papel se tornam vestígios de um pensamento visual em construção. A fotografia integra esse processo como linguagem autônoma: crio imagens autorais a partir das argilotipias, em composições que instauram novas presenças visuais no campo da obra.