O ano de 2024 foi o mais intenso em secas nas últimas sete décadas. Um reflexo de mudanças climáticas que têm se mostrado inexoráveis, apesar do negacionismo que insiste em manter-se ativo e disposto a repelir algo que é mais do que evidente. Altas temperaturas, aliadas à baixa umidade, atingiram praticamente todas as regiões do País e no interior paulista não foi diferente, com praticamente todos os municípios atingidos. Como consequência, áreas de plantio ou mesmo as mais próximas aos centros urbanos foram afetadas. Incêndios destruíram plantações e cobriram boa parte de São Paulo.
Este ensaio é composto por imagens realizadas durante a primavera, época do ano com as maiores temperaturas médias e que ainda carrega consigo a baixa incidência de chuvas do outono e do inverno. O título reflete números de uma estação meterológica na região centro- oeste do estado: apesar dos 100% de umidade relativa do ar registrados em dias com chuvas eventuais, o índice chegou a 18% em uma tarde no início de outubro, nível de alerta próximo ao que pode configurar situação de emergência.
O resultado tornou-se visível na cidade e no campo. Tanto o plantio na lavoura como a vegetação urbana foram afetadas, mesmo com chuvas eventuais. Nas imagens, mais do que a memória de um sinal do descaso com que o clima e questões ambientais têm sido tratadas, fica um pouco da sensação de que dias não muito melhores nos aguardam.