O ensaio “A Arte de Curar o Tempo” convida o olhar a se aproximar do que geralmente passa despercebido: os corpos marcados da natureza. Galhos quebrados, troncos ocos, cascas feridas pelo tempo — todos esses fragmentos carregam histórias silenciosas, mas intensas. São registros de um ciclo contínuo de nascimento, resistência, queda e regeneração.
Inspirada na filosofia do Kintsugi, arte japonesa que celebra as cicatrizes das cerâmicas quebradas com traços de ouro, este ensaio fotográfico enxerga na imperfeição natural um gesto de beleza e reconexão. As árvores não escondem suas rupturas; ao contrário, as expõem com nobreza. Cada rachadura, cada textura, cada musgo agarrado à madeira é um sinal de passagem, não de falha.
O tempo, aqui, não destrói: ele cura com paciência. A câmera não captura o instante espetacular, mas sim o vestígio — aquilo que ficou. Através do detalhe e da escala, da intimidade e da paisagem, a série constrói um ensaio visual sobre o valor daquilo que persiste mesmo depois de ter mudado.
A Arte de Curar o Tempo é um elogio ao imperfeito, uma homenagem às marcas, e um lembrete de que tudo o que vive — também se transforma.

Introduz os detalhes sutis da permanência viva nas superfícies do tempo.

Amplia a visão para um corpo vegetal enraizado na paisagem.

A exposição da árvore por dentro, com formas esculturais e marcadas.

Foco nas linhas da casca, como rugas da vida vegetal.

Encerramento do ciclo, com a madeira retornando ao solo.