Este ensaio reúne quatro casais sáficos, cada um com suas próprias formas de se relacionar, expressar carinho, intimidade e presença. Em comum, todos compartilham o afeto como eixo central — um afeto que não se encaixa em moldes normativos, mas que pulsa em olhares, toques, silêncios e risos.
As fotografias, feitas em preto e branco, convidam ao mergulho na essência desses encontros, despidos de distrações e ruídos visuais. O contraste reforça nuances de conexão, cuidado e vulnerabilidade, sem a mediação das cores — apenas luz, sombra e sentimento.
Mais do que registrar momentos, o ensaio busca revelar a potência do cotidiano partilhado. Cada casal apresenta uma perspectiva única, refletindo a diversidade de identidades sáficas e a riqueza dos vínculos que constroem.

“O nosso amor combina.” Emília e Dida.


“Como um bom relacionamento lésbico, tudo começou com o famoso r3buc3t3io
Nós duas conhecemos a Nat no Bumble – mas nada de namoro, virou amizade! E aí, a Nat, nossa cupida, criou um grupo no WhatsApp pra apresentar a namorada dela da época e organizou um rolê. Nós já estávamos nesse grupo, trocando umas mensagens, mas sem nos conhecer de verdade. Na real, nem sabíamos se íamos, porque achávamos que ia ser cheio de gente mais nova.
Até que um dia, do nada, a Giovanna curtiu uma foto minha no Instagram. Eu, sem saber quem era, logo fui perguntar pra Nat: “Você falou de mim pra essa amiga sua?” E a Nat respondeu: “Não, não falei nada.” Então fui lá, achei o perfil da Giovanna interessante e segui de volta. Mas a interação ficou por isso mesmo… Até que eu postei “A foto” no story: uma foto analógica de dentro de um ônibus. E a Jaque respondeu: “Cara, como você conseguiu fazer uma foto dessa ficar bonita ”
E foi aí que a conversa deslanchou. A gente começou a falar mais, e finalmente decidimos ir no rolê da Nat. Chegando lá, começamos a conversar… e, a gente que achava que seria um rolê cheio de gente jovem, fomos as únicas que ficaram até o final, as “mais velhas” do grupo! Desde então, estamos juntas “




“não duvidar do amor, do acaso, do encontro. dispensar ponteiros, avançar nas horas, escrever cartas, começos, caminhos. trocar o disco, virar a página. aproveitar os minutos como se estivéssemos frente a frente com o próprio divino e não quiséssemos perdê-lo de vista.
sei que o fato de viver com autonomia se faz intimidador, principalmente no descuido. mas “no viver tudo cabe”, não é? por isso a vida também se faz bonita.
não carregar muitas certezas, nem juízo, mas sonhar a cada encontro. abençoada seja a sorte, o destino, os orixás, o universo, as escolhas em comum, tudo ou nada disso.”