«AT HOME», em casa, se inscreve no prolongamento do trabalho minimalista da artista visual Maria Eugênia Nabuco e dá continuidade a sua interrogação sobre o Corpo. Revela uma estética de um corpo que conversa com o olhar do outro, mas fechado em si mesmo. Ele não nos olha, ele toca ao ser olhado, uma solidez e densidade.
Realizado em Paris e Rio de Janeiro (2016/2017), as imagens sublinham esta complexidade do jogo do olhar e coloca o humano em casa, isolando-o de qualquer outro elemento. O isolamento é acentuado por um vazio que parece dele se apoderar. Ele esta em sua casa, no duplo sentido do termo, sem artifício, no espaço do visível e do não visível que vem fazer limite.
O corpo faz enigma, e o visual, em luz natural, deixa ver a compacidade da forma, sublinhando o jogo de ângulos e curvas. A gramatologia é de estranhamento, de escanção, de borda, de pulsação, de poesia, de onirismo. Um nada, um talvez ou um porque não. São imagens que suscitam uma leitura de um território denso, onde não há intenção formal de uma escrita do nu, e aqueles que posam são sempre pessoas da vida cotidiana, onde o corpo no movimento da sua aparição-desaparição seria ainda a ser encontrado.