Na transição entre dia e noite, capturada no azul profundo da “Blue Hour”, os opostos cíclicos da constante dualidade da existência são revelados. Uma metáfora visual entre a segurança e o desconhecido, entre a vida e a devastação.
A fusão das figuras humanas com as chamas ressalta a indissociação dos seres humanos da natureza, apesar de nos distanciarmos cada vez mais do corpo da Terra, como alertado por Krenak.
Ao longo dos anos, temos sido testemunhas, muitas vezes passivas, enquanto os diversos biomas brasileiros são consumidos por incêndios cada vez mais intensos. De acordo com o Projeto MapBiomas, entre 1985 e 2022, o Brasil queimou uma área equivalente a 20% do seu território.
Na região do Parque Nacional da Chapada Diamantina a cenário não é diferente e a situação só é amenizada graças a atuação de centenas, talvez milhares, de brigadistas voluntários que se arriscam dia e noite no combate ao fogo.
Ao anoitecer, o clima ameniza, o fogo fica mais visível, os perigos aumentam, os voluntários avançam e a luta continua.
Nesse contexto, “BLUE HOUR”, a partir da sobreposição de fotografias das áreas queimadas e dos brigadistas voluntários, buscar provocar o debate em busca de alternativas para uma convivência mais sustentável no futuro a partir das decisões do agora.