E se pudéssemos olhar outra vez para aquilo que se faz efêmero? Se olharmos com atenção e intenção, e nos dedicarmos a perceber e desnudar as camadas que se apresentam diante de nossos sentidos, cada ser humano pode nos revelar histórias de vida muito particulares.
Porém, mesmo em meio a histórias de vida e condições tão diversas, ao imprimirmos vontade, podemos perceber algo em comum: movimento. Movimento que nos iguala enquanto sociedade e comunidade, pois nos leva em frente, adiante, e nos faz superar as limitações e as diferenças, e a ressignificar; movimento que nos permite reduzir as distâncias.
O projeto Camadas surgiu da minha contemplação e do meu desejo de estampar provocações sobre pessoas e condições invisíveis, que constantemente são negligenciadas pela sociedade. Minha inspiração foram os livros infantis que lia e via quando criança: apreciava contemplar os personagens ilustrados e imaginava, além do que estava escrito, como seria a vida de cada um. Ao ir para as ruas de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, ficava a contemplar o que era explicitamente ignorado pelos transeuntes e me colocava a imaginar histórias, como nas leituras do meu tempo de criança.