Realizado no cenário real de uma área queimada da Mata Atlântica, este ensaio fotográfico propõe uma reflexão visual e simbólica sobre a destruição e o renascimento da natureza. Inspirado no arquétipo da fênix — ave mitológica que renasce das próprias cinzas — o trabalho utiliza a presença de duas figuras femininas como representações simbólicas das forças que habitam esse ciclo.
A figura envolta em tecido vermelho encarna o fogo: devastador, imprevisível, mas também agente de transformação. Já a figura com tecido preto representa as cinzas: o resíduo da destruição, mas também o solo fértil onde a vida pode brotar novamente. Ambas habitam o mesmo espaço, entre o que se perdeu e o que ainda pode nascer.
Este ensaio trata da resiliência da natureza, mas também da urgência de repensarmos nossa relação com ela. É um trabalho sobre dor e beleza, perda e potência. As imagens tencionam a ideia de fim, mostrando que mesmo no rastro do fogo, existe latência, memória e possibilidade de renascimento.
As modelos, humanas e simbólicas, inserem-se como parte da paisagem — não como elementos alheios à natureza, mas como extensões dela. Afinal, também somos matéria em transformação: somos brasa, somos cinza, e podemos ser renascimento.