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Na conexão do silêncio, a força de mil vozes ancestrais

Força de mil vozes ancestrais

CATUbyCATU
24 de July de 2025
in Photo Essay

Selected in FotoDoc Photo Contest 2025

Este ensaio nasceu da escuta, e da sensibilidade .É fruto de uma expedição fotográfica na Bahia, onde fui acolhida por um casal indígena Pataxó em sua casa, na Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal, em Porto Seguro — território ancestral que respira história, cultura viva e resistência.

Durante os dias em que permaneci na aldeia, em Ilhéus, fui mais do que fotógrafa. Fui hóspede, ouvinte, aprendiz. Compartilhamos o cotidiano, as refeições, as histórias e os silêncios. Observei o ritmo da floresta, a leveza dos gestos, a firmeza dos rituais. O que busquei com minha lente não foi apenas capturar imagens bonitas — mas traduzir uma relação profunda entre território, corpo e espírito.

Minha trajetória com a fotografia indígena não começou ali. Há quatro anos, escolhi esse caminho como forma de ativismo. Levo a câmera como extensão do meu corpo político, como ferramenta de denúncia, memória e reverência. Já estive em manifestações com os povos originários nas ruas, e em aldeias espalhadas por vários cantos do Brasil — sempre com o compromisso ético de caminhar junto, e não à frente.

Neste ensaio, cada imagem é um manifesto. A ternura da família Pataxó, o sorriso da criança com cocar, a força ancestral da mulher com flor, o toque cuidadoso no cavalo… tudo isso é território. E território não é só um pedaço de terra: é vida em continuidade, é lar que sustenta cultura, espiritualidade e futuro.

A fotografia aqui é ponte. É memória viva. É escudo e é semente. Porque em tempos de avanço sobre os corpos e as terras dos povos originários, reafirmar suas presenças é um ato político.
E como me disseram uma vez em uma roda de conversa indígena: “Nós somos a terra. E quando atacam a terra, estão nos atacando.”

Este ensaio de uma família Pataxó é a resistência de um povo inteiro.
É uma resposta amorosa e firme ao ataque contra suas terras e famílias. Porque território demarcado é esperança de vida.
E o povo Pataxó é raiz que não se arranca.

Vestida de semente e coragem, ela caminha entre mundos. Ela é filha da terra, irmã do tempo, mãe do futuro.
Na cabeça, as penas dos ancestrais. No coração, a leveza de um novo ciclo. Ele é o começo de tudo, e tudo começa com a terra.
Em harmonia com todos os seres, tudo é sagrado.
Do urucuzeiro da Cacica de Barra Velha, ele se pinta de urucum pra proteger de espiritos maus.
Na lembrança antiga de urucum na pele, a pintura corporal é tradição, ritual e espiritual. Em cada traço desenhado na pele, uma história antiga ganha forma — os grafismos Pataxó não são apenas estéticos, são memória, oração silenciosa, linguagem sagrada que atravessa gerações e mantém acesa a chama dos saberes ancestrais.
Entre o céu e a mata vive o sagrado ancestral — e é ali, onde o povo da floresta perpetua sua história, que se ergue a luta pela demarcação do território, não como conquista, mas como condição de sobrevivência e continuidade da vida.
Olhar que toca e relembra o chamado da luta. E entre o céu e a mata vive o sagrado ancestral — e é ali, onde o povo da floresta finca seus pés e sua história, que se ergue a luta pela demarcação do território, não como conquista, mas como condição de sobrevivência e continuidade da vida.

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CATU

CATU

Formada em Jornalismo, Catu Fernandes é fotojornalista e realiza diversas expedições fotográficas pelo Brasil. Seu trabalho busca captar não apenas a beleza, mas também a luta dos povos tradicionais, utilizando a fotografia como ferramenta de resistência e perpetuação de histórias. Sua trajetória é marcada por um forte engajamento com os povos indígenas, atuando tanto como fotógrafa quanto como voluntária em aldeias e manifestações de reivindicação por direitos. Essa vivência fortaleceu seu olhar sensível, comprometido e decolonial. Ao longo de sua carreira, Catu recebeu premiações e reconhecimentos importantes. Em 2020, foi contemplada por seu trabalho documental; realizou uma exposição sobre a temática indígena em uma galeria em Paris; dirigiu o documentário Além do Marco — Direitos Indígenas em Jogo; atuou como repórter e fotógrafa em veículos como a TV Diário, com foco em pautas sociais e ambientais; e percorreu o Brasil em expedições que buscam retratar a essência dos povos originários e das culturas tradicionais. Sua fotografia carrega um olhar engajado, humano e próximo, que rompe com estigmas e aproxima o público de narrativas reais e urgentes.

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