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Maré de Lua

Mar da Bahia. Em um dia comum, os de lua minguante ou crescente, a atividade é a pesca de espera. Lança-se a rede ao mar com suas bandeiras flutuantes.

Maré de Lua

Leandro CagianobyLeandro Cagiano
8 de July de 2025
in Photo Essay

Selected in FotoDoc Photo Contest 2025

No litoral Sul da Bahia, todo dia é dia de pesca, exceto nos dias de maré de lua. Pois no mar, é ela, a lua quem dita os ritmos da vida. É sob o comando da sua fase mais cheia ou da sua fase nova que as marés recuam aos níveis mais baixos, revelando os recifes que se escondem sob a água — territórios temporários para a espécie humana, onde se desenrola um ritual ancestral de subsistência. Nesses dias, famílias inteiras seguem em direção ao mar. Enquanto as mulheres coletam ouriços, os homens partem em busca de polvos.

Com os “bicheiros” em punho — varas de ferro gastas pelo tempo e uso — os caçadores caminham sobre os corais, atentos aos sinais. É uma arte que combina técnica, paciência e profundo conhecimento sobre o comportamento animal. Eles investigam cada sinal deixado. E é aí que começa o embate: o animal, dotado de inteligência notável, se deixa ser iludido pela astúcia humana. Curiosos, enlaçam seus tentáculos na haste. Uma dança se inicia.

Essa luta silenciosa entre homem e molusco é marcada por destreza e respeito. Não há pressa. Não há predador e presa em termos absolutos — há, sim, um acordo tácito entre a necessidade e o limite. Nem sempre o caçador vence. A fuga do polvo também é parte do jogo.

Este ensaio busca revelar não só o ato da caça, mas a coreografia íntima entre humanos e natureza. Trata-se de uma prática enraizada na cultura local, transmitida entre gerações, e marcada por um equilíbrio delicado. A coleta acontece apenas nas luas adequadas, com intervalos que garantem a regeneração das espécies.

Esteticamente, o trabalho mergulha entre a plena luz do sol nordestino e os raios submersos que banham as cenas com um contraste entre silêncio e tensão, entre paciência e movimento. Cada imagem propõe um olhar cuidadoso sobre os gestos, os corpos, os territórios. Tecnicamente, explora o limite entre o visível e o intuído, o gesto humano e a resposta animal.

Esse ensaio é, sobretudo, um convite a observar o tempo das coisas e os códigos não escritos que regem uma convivência possível — onde a tradição, o sustento e o respeito ao ciclo natural ainda caminham lado a lado.

A maré de lua chega ao nível mais baixo, revela os corais outrora submersos e expõe as pistas onde os polvos fazem suas tocas.

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Leandro Cagiano

Leandro Cagiano

Leandro Cagiano é fotógrafo e documentarista com foco em natureza, conservação e cultura. Desde 2008, percorreu todos os biomas brasileiros — da Caatinga aos Pampas, da Amazônia à Mata Atlântica — em projetos que combinam estética, narrativa e engajamento ambiental. Sua formação em artes visuais e biologia impulsiona uma abordagem sensível e investigativa, explorando as relações entre seres vivos, paisagens e transformações ecológicas. Ao longo da carreira, colaborou com organizações socioambientais, produziu documentários, livros e exposições, e realizou expedições por áreas remotas, como o estuário Lagamar de Cananéia, o Pantanal e o Rio Roosevelt, refazendo os caminhos históricos de Marechal Rondon. Suas imagens transitam entre a beleza e a denúncia, com o compromisso de provocar reflexão e inspirar novos imaginários para o futuro do planeta.

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