Este ensaio parte da contemplação da Terra como organismo vivo – azul, líquido, em harmonia. Aos poucos, o calor se impõe, a instabilidade ganha forma e o equilíbrio se rompe. O que era fluído e vital se transforma em tensão, ruído, fragmento.
A série utiliza materiais físicos em estado de transição para representar visualmente não o que se vê, mas o que se sente diando do colapso ambiental: confusão, perda, desconexão. Cada imagem traduz uma etapa do desequilíbrio – do aquecimento à contaminação, da matéria ferida à dissolução.
No fim, algo permanece: uma forma que insiste em nascer. Talvez esperança. Talvez memória em transformação. Este trabalho não é apenas um lamento pelo colapso, mas uma abertura: o horizonte ainda pulsa – será ele o lugar onde começamos de novo?

A harmonia é invadida. O calor penetra, e a instabilidade começa a ganhar forma.

Cores em colisão. O que era contínuo se parte: tensão, conflito, ruído.

A matéria se agita em bolhas e resíduos. O visível se transforma em alarme silencioso.

A quebra se desenha com precisão. A forma resiste, mesmo ao se partir.

Uma forma em suspensão. Entre a queda e o impulso, algo tenta recomeçar.

No fluxo caótico, a matéria se organiza. Um novo contorno começa a nascer.

Ainda há cor, ainda há pulso. No caos, o começo de algo novo se insinua.