Esta série parte do desejo de registrar não apenas os fatos visíveis, mas a energia que vibra nos corpos, nos símbolos e nos gestos que compõem o protesto.
Com oito imagens, alternando entre preto e branco e cor, o trabalho propõe um olhar sensível e atento sobre a dinâmica da resistência: multidões que se movem como marés, faixas e bandeiras que rompem o ar, fumaça que marca o espaço como cicatriz e cena. Entre esses momentos de intensidade coletiva, há também gestos silenciosos — como a mão que escreve “Palestina Livre” no chão — que afirmam a luta em sua dimensão mais íntima e persistente.
A escolha pelo uso combinado de imagens coloridas e em preto e branco reflete a alternância entre o calor factual do presente e a densidade simbólica da memória. Ao documentar esse ato público, o ensaio busca também evidenciar a delicada coreografia entre denúncia e pertencimento, entre política e afeto.