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Terráqueos

Irineo Albiero FilhobyIrineo Albiero Filho
6 de May de 2024
in Photo Essay

Navegar o terreno acidentado do sertão exige resiliência e resistência. É um reino onde o calor, a secura e a fome são companheiros constantes, moldando tanto a paisagem como as pessoas que a habitam. Contudo, entre a beleza crua e o espírito de trabalho árduo, existe uma narrativa muitas vezes esquecida: a situação dos seres não humanos.

Durante milênios, a nossa espécie coexistiu com outros animais no ambiente natural, entrelaçando as nossas vidas de várias maneiras: como fontes de sustento, como parceiros no trabalho, como companheiros e até como fornecedores de roupas. No entanto, a evolução do nosso relacionamento tomou um rumo preocupante. o que antes existia numa escala pessoal, muitas vezes recíproca, há tempos tornou-se ofuscado pela industrialização, onde o bem-estar e a senciência destes seres são muitas vezes desconsiderados.

‘terráqueos’ procura lançar luz sobre esta relação complexa, suscitando reflexão em vez de julgamento. com uma especial atenção aos detalhes e às texturas da paisagem, é um convite para reconsiderarmos o nosso papel na vida de outras espécies, no meio ambiente onde elas e nós habitamos, e o impacto das nossas ações. Armados com o conhecimento e os avanços do nosso tempo, possuímos a capacidade de abrir um caminho mais compassivo, que honre a dignidade e os direitos de todos os seres que partilham este planeta conosco.

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Irineo Albiero Filho

Irineo Albiero Filho

Minhas formações acadêmicas primeiras são a Arquitetura e o Design, mas devido a paixão pela arte a fotografia também sempre foi um interesse particular. Em 2012 adquiri minha primeira câmera DSLR e iniciei minhas primeiras práticas. Com o tempo fui dominando as questões técnicas do equipamento e obtendo alguns resultados interessantes esteticamente, e aí passei a trabalhar melhor o lado autoral da minha produção e as discussões que gostaria de provocar. Minha produção artística é principalmente uma exploração de elementos que lembram minha formação anterior: a estética se inclina para um arranjo formal que privilegia poucos aspectos, valorizando planos, formas, cores e texturas. Neste contexto, o ajuste fino de luz e sombra, alinhamentos e proporções se destaca. A paisagem é o meu tema principal, não em sua versão mais clássica, mas como expressão da minha própria visão dos espaços. Também gosto de trazer como assuntos interesses e questionamentos pessoais. Estes podem ser as formas que vejo na cidade e aspectos emocionais, como na série ‘são paulo delirante’, a natureza e a vida selvagem como em ‘fogo branco’ ou ainda padrões visuais, texturas e geometrias vistas em ‘o que vai com o vento’. Costumo adicionar 'tempo' e 'movimento' como componentes em minha composição. Através de técnicas como o movimento intencional de câmera (ICM) e longas exposições, procuro explorar e traduzir visualmente minhas sensações diante dos temas tratados. Meus trabalhos não são apenas recortes estáticos do que se vê, mas uma mistura da realidade física com minha própria interpretação artística e emocional. Cenas que são aparentemente comuns podem surgir em uma perspectiva particular quando vistas sob minhas lentes.

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