O que uma mesa de ferro pode ter de tão especial? Será o jardim aonde ela está? Ou então os momentos que você passa sentado junto a mesa, seja se alimentando ou então, só existindo. Para cada pessoa pode significar algo ou até mesmo nada. Para mim ela atraía vida.
Com a pandemia pude ficar mais tempo em casa e tive a oportunidade de perceber e observar os passarinhos que vinham aqui em casa, a frequência e os horários. Comecei a fotografar eles e pouco a pouco eles foram se acostumando com a minha presença, resultando as fotos da série que nomeei como Uma Mesa de Ferro. Cada passarinho tinha uma frequência de visita diferente, o Fim -Fim aparecia somente na época da primavera, enquanto os casais do sanhaço-cinzento e da saíra-amarela vinham todos os dias.
Fotografar passarinhos é um experiência que exige paciência e presença. É sobre observar, esperar, respeitar o espaço deles. Muitas vezes até prender a respiração para não assustá- los, outras vezes ele vai voar e você terá que voltar outro dia no mesmo horário para tentar de novo, e com isso, acaba criando uma conexão com eles.
Essas fotos é um lembrete para que possamos parar um pouco, observar e estar presentes, mas também sobre preservar a natureza que está a nossa volta. Todos os passarinhos da série são espécies que vemos nas cidades, que se estivermos numa área arborizada com certeza será possível observar essas espécies e quanto mais preservada for a natureza mais e mais espécies serão possíveis de serem observadas.






