As imagens apresentadas no ensaio Amarga presença propicia ao observador percorrer pela estética, pela arte e pela sociologia, propiciando interpretações e considerações sobre a forma como a imagem consegue retratar fatos /acontecimentos que traduzem determinada passagem histórica da humanidade, nesse caso a violência contra a mulher.
Vale citar:”Ao nos ensinar um novo código visual, as fotos modificam e ampliam nossas ideias sobre o que vale a pena olhar e sobre o que temos direito de observar.” SUSAN, Sontag,1977,. Assim tomou-se como desafio criar imagens que transmitissem o olhar angustiado com que as mulheres vítimas de violência domiciliar veem o mundo em sua volta. Para tanto, foi necessário buscar um efeito de adaptação luz/escuridão para traduzir determinada diferença no contraste das cores submetidas a diferentes níveis de luz.
Assim foi estabelecido um plano de tomadas fotográficas apostando no grau de luminosidade nas fotos captadas durante as primeiras horas do dia e nas horas do final do dia, início da noite e a sua influência na intensidade da qualidade das cores para então alcançar os efeitos gerados pelos contrastes do claro escuro nas imagens, evidenciando assim, um olhar angustiado ou visão do mundo com um sentimento de angustia. O resultado esperado é gerar uma fotografia cultural cuja função é chamar a atenção para a notícia antes de ela ser lida e nisso a fotografia detém a propriedade que além de informar contextualizar o observador.













