Silencioso e profundo, o canjerê de Preto Velho na Jurema Sagrada é uma travessia entre mundos, um encontro com o sagrado enraizado nas terras Pernambucanas. Enquanto os pés descalços tocam o chão, sob a luz suave das velas, em uma sinfonia de fé e resistência, no coração do terreiro, o altar é um retrato de devoção.
Mãe Lú, ialorixá e juremeira da casa, entoa cânticos antigos com palavras que convocam as presenças dos Pretos Velhos, os quais chegam e riscam pontos no chão. As velas, flores, imagens de Pretos Velhos, cachimbos, xícaras de café e diversos alimentos dispostos aos pés do altar, se misturam com o aroma do fumo e das ervas sagradas. A fumaça do cachimbo emerge como meio de comunicação, um elo de ligação entre mundos e plataformas de existências, permeando o espaço ritual com sua presença constante.
A série retrata o Canjerê de Preto Velho em dois anos consecutivos, ritual realizado no terreiro de Candomblé Nagô e Jurema Sagrada Ilé Àṣẹ Ọ̀ rìṣànlá Tàlàbí, na comunidade Paratibe, Paulista, Pernambuco.