Convida à reflexão por meio de uma atmosfera contemplativa que explora momentos de solitude. Suas imagens ressaltam o contraste entre a vastidão do horizonte e a figura humana, frequentemente solitária, evocando memórias, despedidas e reencontros internos.
Cada fotografia captura um instante de transição, como se os personagens estivessem à espera de algo, despedindo-se de um momento, de alguém ou, talvez, de uma versão de si mesmos. Bancos vazios, caminhos de areia e reflexos na água adicionam camadas simbólicas ao discurso visual, compondo um poema silencioso onde paisagem e figura humana dialogam de forma sutil.
O uso do preto e branco intensifica a atmosfera introspectiva e melancólica, removendo distrações cromáticas e enfatizando o jogo de luz e sombra, gerando nuances sutis de emoção. Espaços vazios, céus amplos e horizontes distantes sugerem um isolamento que transcende o físico, alcançando dimensões emocionais. A presença constante da água torna-se metáfora do fluxo da vida—do que chega e do que parte—sinalizando a passagem das estações e as transformações internas.
São imagens que falam de despedidas silenciosas, encontros que talvez nunca se concretizem e reencontros que acontecem dentro de cada um. “Encontros e Despedidas” convida o espectador a se projetar nessas cenas, a sentir o peso do tempo e a reconhecer, em si mesmo, os momentos de espera, adeus e recomeço.
Texto de Paulo Preto. Fotógrafo e curador.