“Memorias Distantes” é uma coleção de testemunhos sobre o sentimento de nostalgia vivida por pessoas que, por motivos diversos, vivem longe do seu país, da sua casa, da sua família e do passado.
Morar no exterior é cada vez mais comum hoje. As culturas estão se misturando e as identidades das pessoas mudam, mas o sentimento de pertença é suficientemente forte para desencadear experiências emocionais de viagem no tempo e no espaço através de um ou mais dos cinco sentidos humanos básicos.
Os cinco sentidos humanos básicos são basicamente ferramentas para a exploração e compreensão do mundo que nos rodeia, mas também têm uma influência significativa na nossa memória autobiográfica. Os sentidos podem, por exemplo, resgatar lembranças da infância e trazer a sensação de nostalgia de um tempo que ficou para trás.
O objetivo das fotografias é transformar o sentimento de nostalgia vivenciado em uma nova memória que leve em consideração o novo contexto em que o momento é vivenciado.
“O mar me deixa com saudades dos bons momentos com toda a minha família”“As cores e sua iluminação trazem um vento sentimental de cada amanhecer da minha infância”“O cheiro de terra molhada me traz à infância”“As luzes e as decorações de Natal me ajudam a reviver a quietude das noites de inverno, a luz cintilante da neve fresca e os toques ardentes de gelo em minhas bochechas”“O cheiro e o contato trazem boas lembranças como a textura das mãos ossudas da minha avó”“Quando vejo a chuva cair nas folhas verdes, vermelhas e amarelas do caju, sinto uma pontada de nostalgia repentina, com saudades das estações, principalmente da mudança de cor das folhas no outono”“O pão de centeio me conecta à minha infância quando meus pais me pediam para comprar pão. No caminho para casa, não podia resistir o sabor e comia toda a crosta crocante”“Lembro-me da expectativa que o barulho típico de alguém andando de skate despertava em mim, da sensação de liberdade que me esperava ao me aproximar de um skate spot de longe”“O cheiro de tangerina me assusta por um momento, mas imediatamente me coloca na época quente e aconchegante do Natal”“O cheiro de gasolina me traz de volta à garagem do meu avô, onde estavam estacionados seus carros antigos”.
ítalo-sueca, nascida e criada em Roma, atualmente reside no Brasil há 11 anos. Apaixonada pela fotografia, licenciada em Multimédia Design, possui uma vasta experiência profissional no sector audiovisual. Atualmente, esta cursando mestrado em Mídia e Comunicação na Universidade de Malmö, na Suécia.
Para a artista, a fotografia serve como ferramenta para explorar temas de identidade, direitos humanos, denúncia e ativismo de forma artística. Os seus trabalhos sao profundamente influenciados pela arte performativa da dança, caracterizada como expressão de uma imaginação surreal, bem como pelos contextos geográficos, políticos e culturais do país onde são concebidos e produzidos.