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Na Beira do Tempo

Carlos Eduardo CarvalhobyCarlos Eduardo Carvalho
15 de June de 2024
in Portfolio

Na Beira do Tempo é resultado da pesquisa fotográfica em torno de bares centenários, localizados no meio-oeste/interior de Santa Catarina, e que funcionam como espaços de história e guarda da memória, embora o risco de demolição seja premente. A pesquisa se concentrou nas comunidades rurais de: Barra do Leão em Campos Novos-SC, Santa Helena em Joaçaba-SC, Vista Alegre em Água Doce-SC, Tangará-SC e foi realizada no período de 2020 a 2024.

O portfólio narra o patrimônio, imaterial e material, que se faz vivo na paisagem e na estética destes quatro bares e de seus anfitriões. São duas mulheres e dois homens, velhos, que para além de proprietários de bar, são mestres do saber e mantenedores da memória em suas comunidades. Embora exista esse reconhecimento, os anfitriões não enxergam seus bares no futuro, nem sabem sobre a continuidade do ofício e vislumbram o abandono, a demolição ou quem sabe uma construção nova no lugar.

O material fotográfico apresenta a relação entre a permanência da memória e a impermanência da vida. Os quatro anfitriões – Iracema, Carlos, Nelson e Marlene – têm suas histórias sustentadas na imagem e na arquitetura dos seus respectivos bares. A estrutura, a textura, a materialidade destes bares dizem sobre a geografia do lugar, mas principalmente, sobre as subjetividades de seus anfitriões.

Anfitrião e bar se confundem e metaforizam a força e a fragilidade da vida. Isso porque as rachaduras na parede do bar se misturam as rugas e aos vincos na cara. O telhado torto e o forro retorcido observam as costas curvadas e os seus desvios. Trata-se assim, de um tempo que é casa, que é corpo, e insiste em permanecer vivo. Também se destacam nas fotografias os modos de existência e convívio. Assim como a arquitetura do bar já faz parte do imaginário local-coletivo, os anfitriões – Iracema, Carlos, Nelson e Marlene – também ocupam a memória coletiva e afetiva de quem passa ou vive ali.

As fotografias deste portfólio evidenciam, então, a passagem do tempo e a beleza que habita no velho, num sentido de abertura para vida, enquanto possibilidade de experiências na beira do bar e na beira do tempo.

Bar do Seu Nelson – Nelson na porta. Tangará – SC.
Bar do Seu Nelson – Fachada do bar. Tangará – SC.
Bar da Marlene – Marlene na porta. Barra do Leão, Campos Novos -SC.
Bar da Marlene – Eloir, freguesa do bar. Barra do Leão, Campos Novos-SC.
Bar da Marlene –Marlene com sua máquina de costura. Barra do Leão, Campos Novos-SC.
Bar da Marlene –Marlene e seu cachorro Tigre na porta. Barra do Leão, Campos Novos-SC.
Bar da Iracema – Retrato de Iracema. Santa Helena, Joaçaba – SC.
Bar da Iracema – Freguês observa caminhão. Santa Helena, Joaçaba – SC.
Bar da Iracema – Jogadores de carta. Santa Helena, Joaçaba – SC.
Bar da Iracema –Freguês observa a rua. Santa Helena, Joaçaba – SC.
Bar do Seu Antônio Carlos – Antônio Carlos no seu balcão. Vista Alegre, Água doce -SC.
Bar do Seu Antônio Carlos –Sombra na parede. Vista Alegre, Água doce -SC.
Bar do Seu Antônio Carlos –Cavalo de um freguês. Vista Alegre, Água doce -SC.
Bar do Seu Antônio Carlos –João Maria, freguês do bar . Vista Alegre, Água doce -SC.

Sobre as comunidades e seus anfitriões

Na comunidade rural de Santa Helena, em Joaçaba, Iracema recebe as pessoas no bar que também já foi hospedaria e salão de baile. A cerveja da marca Samba e a vivacidade da anfitriã são as marcas do lugar. Ali, os moradores acessam o balcão com intimidade e anotam suas próprias compras no caderninho de fiados.

Na comunidade Barra do Leão, em Campos Novos, Marlene recebe as pessoas com a trilha da sua máquina de costura e do rádio de antena sempre ligado. Ali, o balcão é bordado pelos doces no baleiro de vidro e pelas conversas alinhavadas por esta mulher. Marlene é uma matriarca da sua comunidade, e o bar é frequentado por pessoas de todas as idades e gêneros, mas principalmente por grupos de velhas mulheres.

Na comunidade de Vista Alegre, em Água Doce, Carlos espera as pessoas entre silêncios de paredes azuis. De vez em quando, se escuta um caminhão que passa e o vento que barulha em direção às usinas eólicas da cidade. O bar fica no Km 150 e recebe trabalhadores que estão de passagem, e trabalhadores que vivem nas comunidades assentadas da região. A pintura descascada da fachada do bar é a mesma desde quando ele era um menino e acompanhava seu pai, Joaquim, que dá nome ao lugar: Bar do Tio Joaquim

Em Tangará-SC, na rua central, está o bar de Nelson. Com ares de faroeste, o casarão verde de madeira salta aos olhos de quem passa. De passo, gesto e andar vagarosos, de quem não se preocupa com o relógio, o velho anfitrião embala caixas de cigarro em folhas de jornal e narra as histórias da construção da estrada de ferro São Paulo- Rio Grande do Sul. Ele também relembra os bailes que deram à cidade o nome de passarinho. Toda essa riqueza e patrimônio histórico-cultural está na beira do esquecimento. Afinal, estes bares que funcionam como espaços de convívio só permanecem vivos pela condução de Iracema, Carlos, Nelson e Marlene – todos com idade bastante avançada.

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Carlos Eduardo Carvalho

Carlos Eduardo Carvalho

É fotógrafo e arte-educador. Licenciado em Arte Visuais, tem nas cidades e nas comunidades rurais do oeste catarinense os seus temas de pesquisa. Trabalhando com a fotografia de rua, contrasta em seus trabalhos a geografia rural e a estética urbana, num trânsito entre artes visuais e cinema. É diretor de fotografia do curta-metragem “ À César, o que é de César”, selecionado pelo Prêmio Catarinense de Cinema ( 2022). É autor do livro “Promessas” selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de estímulo à cultura (2020), na categoria de Patrimônio Imaterial, e livro também selecionado para a exposição de fotolivros do Festival Zum 2022, do Instituto Moreira Salles. Foi premiado no 13ª Salão Nacional de fotografia Pérsio Galembek (2016). Participou da exposição coletiva do Salão Nacional de fotografia Pérsio Galembek (2017), além de ter integrado exposições coletivas na Galeria de Artes do Sesc em Joaçaba-SC. Foi selecionado para o 15º Festival Taguatinga de Cinema, com o curta-metragem “O que aconteceu com o Brasil” (2020) e atuou como fotógrafo still no longa metragem “Casa de Antiguidades” do premiado diretor João Paulo Miranda Maria. Fez a direção de fotografia e montagem para o projeto “Histórias do ao redor” aprovado no edital SC Cultura em sua casa (2020). Atualmente se dedica ao desenvolvimento do projeto de documentário Na Beira do Tempo, selecionado no Prêmio Catarinense de Cinema e onde assina como diretor de fotografia. Na Beira do Tempo também ganhará uma publicação literária, selecionada pelo Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura em Santa Catarina, onde assina como autor-fotógrafo. Ambos os trabalhos são dedicados à preservação da memória e circundam temas como a velhice, a vida e a solidão. Nasceu em Campos Novos-SC, em 1990, e vive em Joaçaba-SC.

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