Por trás desse título evocativo, reside uma realidade dolorosa e muitas vezes negligenciada: as estradas, que deveriam ser caminhos de conexão e esperança, podem se transformar em palcos trágicos.
Cruzes, delicadamente erguidas à beira das estradas, podem passar despercebidas por muitos. No entanto, elas carregam um significado profundo e triste: cada uma delas marca o local onde alguém perdeu a vida em um acidente. São monumentos modestos, construídos por mãos amorosas, que buscam eternizar a memória daqueles que partiram.
As margens das estradas testemunham histórias de dor, famílias destroçadas e sonhos interrompidos.
Desde criança essas cruzes me chamaram a atenção – busco neste projeto trazer à tona essa realidade, despertando a consciência coletiva para a importância da prudência no trânsito. Cada imagem capturada carrega consigo a mensagem de que as estradas podem se tornar mortais quando não há a devida cautela.
Há um vazio contido na paisagem em que a fragilidade da vida é apenas um símbolo silencioso da dor e da importância de valorizarmos cada momento de nossas jornadas.

(Para não se chegar ao FIM é preciso ler com atenção)

(Cemitério de gente enlatada)

(A calota que rolou guarda a porta do além)

(Pelo retrovisor o espelho grita “PERIGO” para os irmão que já se foram)

(quem acredita na jus-TIÇA?)

(noite fria onde estrelas terrenas anunciam a escuridão)

(Para a imprudência, as vítimas são sempre um obstáculo… sempre as culpadas)

(Há muitas cidades no nordeste que anunciam em suas entradas: Silêncio, vazio e dor)

(A rotina das estradas estão impregnadas de fumaças que anunciam tragédias)

(A fé é a poesia de AMOR e DOR)

(Dia lindo no Paraíso)

(São milhares de cruzes na beira de estradas – milhares e mais UM)

(Entre o vazio do carro e da margem há muita solidão)

(Milhares todos os anos não chegam ao seu destino – MILHARES)