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Seco Caminho da Lágrima

Seco Caminho da Lágrima

Fernando JorgebyFernando Jorge
14 de April de 2025
in Portfolio

Selected in FotoDoc Photo Contest 2025

No início do século, a cidade de Jaguaribara (CE) foi inundada para a construção de um açude – o popularmente chamado Castanhão, de nome oficial Padre Cícero. Nos últimos anos, por conta da maior seca a atingir o Ceará em mais de noventa anos, o nível da água baixou consideravelmente, fazendo ressurgirem as ruínas da cidade antiga. Com elas, questões sobre memória, espaço, e as intempéries climáticas. Neste respiro de um espaço topográfico que não mais deveria, o presente ensaio trata de rastros de presença e memória, incongruências da lembrança que teima.

Sabe-se quanto a estiagem, historicamente, afeta as populações do nordeste brasileiro. A seca traz, além das drásticas consequências diretas para quem subsiste de agricultura, uma perversa rede de poder constituída em torno de si. É no esteio da ironia que se tem a construção de um açude gigantesco, anunciado como uma poderosa arma no combate à seca, e que atualmente encontra seu volume abaixo de dez por cento de sua capacidade. Para a construção do Castanhão, a cidade de Jaguaribara foi inundada – seus habitantes removidos para uma Nova Jaguaribara, distante quarenta quilômetros do locus de origem. O processo de remoção, conforme amplamente divulgado à época e hoje ainda rememorado pelos habitantes que permanecem, teve contornos de arbitrariedade, insolência e agressividade. Morada é identidade, e os moradores bruscamente viram-se tendo as suas retiradas pelo próprio Estado.

A partir da seca iniciada em 2011, pequenos pedaços da pretérita cidade começaram a ser percebidos rompendo a cortina de água do agora açude: pontas de postes e árvores. Comopassardotempoeoagravamentodasituação,surgiramacaixadá́ guaeatorre da igreja; a partir de meados de 2015, quarteirões inteiros aparecem. Casas, comércios, paredes, tijolos, cimento: todo o traçado urbano é agora visível. O ensaio fotográfico Seco Caminho da Lágrima adota uma estética fotográfica que faça alusão tanto aos rastros de presença e memória desse lugar que parece emergir de um longo mergulho – e, como tal, surge sem fôlego, quase sufocado – , como à ação do tempo sobre nossa topografia e sobre o próprio meio fotográfico.

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Fernando Jorge

Fernando Jorge

Fernando Jorge é fotógrafo e professor de fotografia. Tem Mestrado em Comunicação e Artes na Universidade Nova de Lisboa, é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, com especialização em Teorias da Comunicação e da Imagem. Trabalha com ensino de fotografia há vinte anos. É professor da Memento - Escola de Fotografia. É autor dos fotolivros Lágrima (2022) e Memento Mori (2015). Já expôs nas exposições Terra em Transe - festival Solar(2018) e Museu Afro Brasil(2021), o Festival de Fotografia de Tiradentes 2016 e 2017, os Encontros de Agosto 2011, 2012, 2014 e 2016, 72o Salão de Abril, 69o Salão de Abril, Solar Foto Festival, o Efêmero Festival, deVERcidade 2007, a XIV Unifor Plástica e . Fez parte do conselho curador dos Encontros de Agosto 2013. Seu trabalho Memento Mori foi contemplado com o Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia.

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