A saúde do corpo humano está relacionada ao processo de comunicação neural, denominada sinapse, por meio dos neurotransmissores, forma primordial para os movimentos, funções cognitivas, memória e aprendizado. Assim pode-se dizer que ocorre algo parecido com os biomas, principalmente na Amazônia legal, onde a comunicação entre seus rios, igarapés e outras condições naturais, compõem mecanismos responsáveis pela manutenção e o equilíbrio da saúde ecológica, fomentando também, a economia, cultura e identidade de povos da região, por meio das conexões fluviais.
Uma simbiose natural entre seres humanos e a natureza que ao longo do tempo veem se dissociando com ações de exploração e degradação ambiental, do desmatamento de áreas destinadas à pecuária, floresta degradada pela exploração madeireira que provocam o assoreamento dos rios e igarapés, queimadas, mineração sem controle que poluem os mananciais de água com mercúrio, poluição em larga escala com plásticos descartados na natureza. O que está contribuindo para o aquecimento global interferindo diretamente num dos principais biomas da terra, a Amazônia e seu ciclo natural de cheia e vazante, sufocando e debilitando o ecossistema do planeta. Assim como ocorre com a saúde do corpo humano quando seu organismo está sendo sufocado por atitudes e consumos de produtos inadequados, causando doenças como o Alzheimer entre outras doenças caracterizadas pelo bloqueio parcial das sinapses. O bioma amazônico também está perdendo suas conexões e a integração necessária para a saúde do planeta e do ser humano. Uma doença simbiótica, porque o ser humano é parte da natureza.
Sinapse fluvial é um documentário que apresenta retratos a partir de 2015 realizadas nos estados da Amazônia, Acre, Pará e Roraima nas cheias e vazantes. As sequências das imagens denotam como as condições climáticas veem ficando mais severas a cada ano. E que possam contribuir para a conscientização dos humanos que há a necessidade urgente de mudanças comportamento na sua forma de viver para desacelerar essa devastação climática.

Estrutura improvisada de embarque e desembarque na lagoa de Tefé-AM.

Familia indígena desembarcando na margem do rio Envira-AC.

Povo da etnia Hu’pda se deslocando pelo rio Walpés-AM.

Ribeirinho em embarcação rápida transitando pelo rio Negro-AM.

Povo da etnia Munduruku voltando para casa pelo rio Kabitutu-PA.

Ribeirinho transportando mantimentos pelo rio Envira-AC

Família da etnia Sanumã enfrentando as correntezas do rio Auaris-RR.

Casal de indígenas Sanumã descendo o rio Auaris-RR.

Foto aérea do rio e igarapés na floresta amazônica no Estado de Roraima.

Ribeirinhos carregando mantimentos para embarcação ancorada no rio Juruá-AM.

Ribeirinha observando o por do sol na margem do rio Enviara-AC.

Embarcação transitando pelo rio Tapajós sob a fumaça das queimada-PA.

Ribeirinho desconsolado com seca do rio Ituí-AM.